Aqueles que se foram

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Quando, na calada da noite, nos deitamos para dormir, somos assaltados por um pensamento que começa como uma simples conjectura, mas que logo tranforma-se num martírio sem fim.

O que faremos quando voltarmos à rotina? Como aturaremos o olhar que nos fulmina quando nos encaramos no espelho? Aquela pessoa que viveu, viu e partilhou de momentos difíceis de explicar; aquela alma que já não se diz pura tampouco inocente; aquele brilho apagado que não nos mostra caminho algum… Tudo isso, todas essas coisas serão características absolutamente insignificantes perto da imensidão do vazio que estende sobre nós.

Aos que ficaram, resta resignificar a esperança e tentar fazer desse sinal de menos um travessão para um possível — mas improvável — recomeço. Viver, tentando não ver o que fizeram nesses meses de descaso e loucura.

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