politics on Yet Another Me 2020-12-22T00:00:00-05:00 https://blog.sergiodj.net/tags/politics/ Hugo -- gohugo.io <![CDATA[Aqueles que se foram]]> https://blog.sergiodj.net/posts/aqueles-que-se-foram/ 2020-12-22T00:00:00-05:00 2020-12-22T00:00:00-05:00 Quando, na calada da noite, nos deitamos para dormir, somos assaltados por um pensamento que começa como uma simples conjectura, mas que logo tranforma-se num martírio sem fim.

O que faremos quando voltarmos à rotina? Como aturaremos o olhar que nos fulmina quando nos encaramos no espelho? Aquela pessoa que viveu, viu e partilhou de momentos difíceis de explicar; aquela alma que já não se diz pura tampouco inocente; aquele brilho apagado que não nos mostra caminho algum… Tudo isso, todas essas coisas serão características absolutamente insignificantes perto da imensidão do vazio que estende sobre nós.

Aos que ficaram, resta resignificar a esperança e tentar fazer desse sinal de menos um travessão para um possível — mas improvável — recomeço. Viver, tentando não ver o que fizeram nesses meses de descaso e loucura.

]]>
<![CDATA[Don't come here]]> https://blog.sergiodj.net/posts/dont-come-here/ 2018-11-05T00:00:00-05:00 2018-11-05T00:00:00-05:00 If you’re brazilian, don’t come here. If you voted for the president-elected, don’t come here. If you think it’s better to have a dead son than a gay son, don’t come here. If you think it’s OK to kill first and ask later (or perhaps don’t even ask), don’t come here. If you would like to say the things he said, don’t come here. If you think he didn’t really mean what he said, don’t come here. If you can’t understand why the things he said are horrible, don’t come here. If you think he is a myth, don’t come here. If you think he is a saviour, don’t come here.

If you don’t understand the absurdity of living in Canada and voting for him, don’t come here (and please go away if you do). If you don’t understand the hypocrisy of calling a homosexual names while living in a country where homosexual marriage has been legal for more than a decade, don’t come here. If you think everybody should have a gun, don’t come here.

If you are inhuman, don’t come here. If you like authoritarians, don’t come here. If you can’t see he is an authoritarian, don’t come here. If you are absolutely sure of everything and don’t question yourself, don’t come here. If you use (anti)social networks to inform yourself, don’t come here. If you think torture is not a big deal, don’t come here. If you praise a torturer, don’t come here. If you think closing the Congress is a good idea, don’t come here. If you think economics are what really matter, don’t come here. If you can’t feel empathy for another human being who is not related to you, don’t come here. If you try to rationalize your vote for him, try to justify to yourself that he is not as bad as he himself says, don’t come here. If you are not concerned about more deaths, don’t come here.

If you think killing more people is going to improve things, don’t come here. If you think the police should be allowed to kill without suffering any consequences, don’t come here. If you see a dead black person and think “(s)he must have done something wrong, so it’s justified that (s)he was killed”, don’t come here. If you think the slavery should return, don’t come here. If you think indigenous people are lazy and should be killed or have no rights, don’t come here. If you have no regard for our forests and our environment, don’t come here. If you think the climate change is a hoax, don’t come here. If you are just interested in the money, don’t come here.

If you blame PT for everything bad that’s happened to Brazil, don’t come here. If you think people who don’t blame PT for everything bad that’s happened to Brazil are communists, don’t come here. If you think everyone who disagrees with you is a communist, don’t come here. If you think Francis Fukuyama is a communist, don’t come here. If you think you know what communism is, but only read about it on (anti)social networks, don’t come here.

If you are already here, then I have everything against you, and I think you should leave.

]]>
<![CDATA[Sem Dúvida]]> https://blog.sergiodj.net/posts/sem-duvida/ 2018-10-22T00:00:00-05:00 2018-10-22T00:00:00-05:00 Com essa maré de notícias ruins que tá assolando o mundo, fica difícil saber o que dizer quando tento explicar, pra mim mesmo, o que anda acontecendo no Brasil. Não dá pra entender, não dá pra saber, mas mais do que isso: não dá pra acreditar.

Eu poderia falar sobre a burrice generalizada que está brotando nas pessoas, mas aí eu iria soar um pouco presunçoso, e isso não é uma coisa boa, né? Eu também poderia contar um pouco sobre essa raiva silenciosa que eu venho sentindo, essa vontade de que esse monte de idiotas se ferrem de “verde e amarelo”, literalmente, e que sejam eles os perseguidos, e que sejam eles os que sofram na pele aquilo que desejam pros outros. Mas talvez meus ilustres leitores não entendam, e é possível que alguém diga, com razão, que eu não deveria pensar assim.

Por esses motivos, eu resolvi falar de outra coisa. Vou falar sobre a certeza. Nós vivemos num período que a certeza está à solta, e todos já têm as suas. A certeza é tipo o tamagotchi dos anos 90: se você não tem, você tá por fora! Ter certeza é ter estilo.

Às vezes eu me pego boquiaberto com o tanto de certeza que as pessoas possuem! Por exemplo, no caso da política brasileira, existem certezas que são quase dogmáticas. Ou você tem certeza que o Lula de fato é corrupto e roubou tudo aquilo que dizem, ou você tem certeza que o Lula não é corrupto e está sendo vítima de um golpe político-midiático-jurídico-judaico-papal. Não tem certeza sobre o assunto? Não sabe, ou não se sente seguro o suficiente pra opinar? Então vai pra masmorra, e receba pedradas dos dois lados!

Como é que faz pra viver nesse mundo? Como é que faz pra se ter tanta certeza sobre tantas coisas? Sinto que faltei a essa aula no colégio, enquanto todo mundo foi e se certificou de ter certeza.

É. Parece que, sem dúvida, eu acho que certamente não sei de nada.

]]>
<![CDATA[Combater]]> https://blog.sergiodj.net/posts/combater/ 2015-06-28T00:00:00-05:00 2015-06-28T00:00:00-05:00 Às vezes, é preciso combater. É preciso dizer que o outro está errado, que ele está falando besteira sobre um assunto que não conhece (e não quer conhecer). É preciso dizer o que é ético, o que é certo. É preciso discernir tudo o que é errado e anti-ético, imoral, e que faz mal. É preciso combater o ódio, muitas vezes com amor, outras tantas com força e integridade.

É preciso falar praquele ignorante que ele não sabe o que é Software Livre. É preciso dizer que o Software Livre é muito maior do que o GNU, muito maior do que uma pessoa ou do que suas declarações. É preciso dizer que o ignorante tornou-se troll. É preciso dizer que ele não sabe o que fala, e que deve calar-se. É preciso deixar que ele viva sua adolescência conturbada e por vezes medíocre, mas tomando cuidado para que isso não influencie outras pessoas ignorantes a tornarem-se trolls também. É preciso que esse troll saia do Twitter, saia do BR-[GNU/]Linux, saia dos fóruns movidos a coisas proprietárias; ou talvez seja preciso que ele fique lá, destilando seu ódio, veneno e ignorância para seus semelhantes.

É preciso combater o liberalismo de fachada, que é um veículo para o ódio. É preciso combater o ódio. É preciso combater a ignorância, novamente. É preciso combater o reacionarismo disfarçado de “livre mercado”, é preciso combater a falta de bom senso que ocorre quando se generaliza um partido político por um comportamento, é preciso combater o comportamento, é preciso fazer progresso social sempre, é preciso parar de se importar tanto com aqueles que não se importam.

É preciso combater o pastor ignorante. É preciso combater a ignorância, uma terceira vez. É preciso combater a “trollagem” do pastor, dos fiéis e dos simpatizantes a eles. É preciso combater a onda de “radicalismo conservador” que aflige a todos. É preciso combater a falta de amor ao próximo e o excesso de arrogância. É preciso combater as falsas palavras divinas, as falsas vontades de uma entidade, as falsas aglomerações públicas em torno de um erro.

É preciso combater o apresentador idiota, ignorante e presunçoso. É preciso combater o que se destila de ódio naquele país, porque nem todos têm um soro contra veneno de cobra criada. É preciso combater a ignorância, novamente, porque ela é o caminho mais fácil para o ódio, e o ódio retroalimenta a ignorância num ciclo difícil de ser quebrado. É preciso ensinar a aprender, e aprender a ensinar. É preciso combater a preguiça, essa desculpa tão usada e repetida que chega a dar preguiça de combatê-la. É preciso sair do sofá, mas não para ir para o Twitter ou Facebook; é preciso sair do sofá e ser crítico o suficiente para saber o que se deve fazer, porque não sou eu quem vou falar.

]]>
<![CDATA[Brasil em Conserva]]> https://blog.sergiodj.net/posts/brasil-em-conserva/ 2014-11-15T00:00:00-05:00 2014-11-15T00:00:00-05:00 As eleições brasileiras já acabaram, e talvez eu devesse me sentir mais à vontade pra falar do assunto do que realmente me sinto. Não sei, mas tenho a impressão de que, dessa vez, as coisas aconteceram de um modo um pouco diferente do que o de costume. Aliás, não acho que tenha sido “coisa de momento”, e tampouco acho que seja uma exclusividade brasileira: as pessoas estão ficando mais conservadoras, mais “endireitadas”. E eu vou tentar explicar, talvez pretensiosamente, por que eu não acho que isso seja bom.

Nunca votei em candidato algum, em nenhuma eleição até hoje. Sempre me vi descrente das propostas apresentadas, ainda mais quando percebia que aqueles que davam rostos às propostas eram basicamente os mesmos. Por isso, nas primeiras eleições em que pude “exercer a cidadania em sua plenitude” (uma mentira deslavada contada pela imprensa, que talvez mereça outro post), lá no longínquo ano de 2002, decidi por anular meus votos. Depois disso, mudei-me de cidade, e não transferi meu título de eleitor porque, no final das contas, iria acabar votando nulo novamente. No entanto, e de uma maneira aparentemente contraditória, sempre interessei-me por política.

Pode mesmo parecer contradição, mas eu nunca entendi como existiam pessoas (e são muitas!) que não queriam saber de política, e do que estava acontecendo no próprio país. Obviamente, essas mesmas pessoas em geral são as primeiras que reclamam do governo, ou que criticam um político, mesmo sem saber exatamente o porquê de fazerem isso. E quando vamos falar sobre política com elas, aquela velha máxima “Política não se discute!” vem à tona, e você de repente perde qualquer motivação para continuar conversando. Mas mesmo com toda essa minha “descrença-crente” com a política, nessas últimas eleições eu tive uma enorme vontade de votar.

Meu voto não iria para o Aécio. E no primeiro turno, provavelmente eu não votasse em nenhum dos candidatos, como sempre fiz. Mas no segundo turno, senti que eu não podia deixar de ajudar a Dilma a ser reeleita, mesmo que isso não necessariamente signifique que eu a apóie e concorde com tudo o que seu governo tem feito. Mas, usando uma outra velha máxima, “dos males, o menor”.

Considero-me uma pessoa com fortes tendências para as questões sociais. Não à toa defendo o Software Livre com empenho, porque acredito que se olharmos para todos, avançamos mais. Daí deriva minha antipatia pela maioria das causas individualistas, por acreditar que, apesar de ser totalmente plausível admitir que o ser humano é egoísta, não acho que devamos nos acomodar com essa constatação. E isso vai de encontro com o que o governo da Dilma (e o antigo governo do Lula) tem feito para o Brasil: avançar nas causas sociais. O crescimento que o país experimentou nos últimos anos foi, sim, muito perceptível para mim. E, quando tive a oportunidade de visitar o Nordeste brasileiro há alguns anos, pude ver que a situação por lá, apesar de ainda não ser a ideal, também melhorou bastante. Ou seja, o bolo finalmente está sendo dividido mais igualmente para todos, ainda que falte muito para que a divisão possa ser considerada boa.

Mas não foi só na área social que eu vi mudanças. Apesar de já estar nascido na época da inflação galopante da década de 1980, não tenho uma noção muito grande do que era viver naquela época. Eu era criança, e crianças não se preocupam com o preço das coisas. No entanto, lembro-me de que a vida, naquela época, não era fácil. O planejamento familiar era tarefa ingrata, porque como planejar se você não sabe o preço das coisas amanhã? E a desigualdade social era muito mais acentuada, porque (por exemplo) era impossível pensar em viajar de avião, mesmo para uma família de classe média (Europa, então, era outro mundo). Mas daí veio o plano Real, e as coisas melhoraram… E obviamente muito do crédito por essa melhora vai para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e por sua política econômica que, pelo menos no começo do seu governo, conseguiu estabilizar as coisas de forma louvável. Mas, como pôde-se ver depois, Lula refinou a economia do antigo governo, e atrelou-a ao lado social, que por tanto tempo ficou esquecido.

Um outro argumento que ouço e vejo muito, principalmente por aqueles que são anti-petistas declarados, é o da corrupção. Confesso que não entendo o motivo desse ódio tão grande a apenas uma parcela do governo brasileiro (o PT não toma conta do Brasil, ao contrário do que muita gente insiste em dizer). Esquecem-se que denúncias de corrupção sempre existiram, em todos os nossos governos, e que é contra ela (a corrupção) que devemos lutar, ao invés de escolhermos um partido específico? Quando escolhemos um alvo, estamos, de certa forma, dando salvo-conduto para os outros que cometem o mesmo crime. Para mim, quando ouço um “argumento” desse tipo, a vontade de discutir cai exponencialmente.

Infelizmente, o argumento anti-petista passa por tantos outros absurdos (Venezuela, Cuba, bolivarianismo, comunismo), e é tão estúpido, que parece-me que a pré-condição para ser ouvinte dele é estar imerso na completa ignorância, principalmente a respeito desses termos. Se você souber o que é bolivarianismo ou comunismo, por exemplo, você já não pode ouvir o argumento, porque aí não vai acreditar nas conclusões. É algo tão impressionante e infantil que, novamente, fica difícil ter qualquer tipo de conversa com pessoas que repetem essas falácias como se fossem obviedades que estão aí, para qualquer um que queira vê-las.

Todo esse tipo de conversa, ao meu ver, leva a apenas uma conclusão: o conservadorismo está se alastrando no mundo. No Brasil, ele está tomando proporções perigosamente grandes. Às vezes penso qual seria a melhor maneira de combatê-lo: educar não me parece ser uma solução muito efetiva, ainda mais quando estamos falando de pessoas que possuem uma condição social mais favorável, e que julgam-se instruídas e informadas. Por enquanto, a solução tem sido ignorar o problema, o que também não vem surtindo efeitos práticos, haja visto a escalada dos conservadores nessas últimas eleições. Contraditoriamente, talvez a solução fosse parar de lutar e deixar a água correr. Parece-me às vezes que a humanidade precisa mesmo repetir seus erros de modo cíclico, para reaprender o motivo pelo qual eles já foram corrigidos outras vezes.

]]>
<![CDATA[A falta de uns Quaresmas]]> https://blog.sergiodj.net/posts/a-falta-de-uns-quaresmas/ 2013-11-23T00:00:00-05:00 2013-11-23T00:00:00-05:00 É preciso ter paciência pra viver nesse país. Vejo duas aglomerações que se juntam, misturadas ou não, nesse mar de reclamações.

A primeira, composta por pessoas que reclamam do Brasil, e querem sair do país de qualquer modo. Vislumbram-se diante de qualquer estrangeirismo, viajam para o exterior e voltam querendo viver lá (dizendo que querem aprender uma nova cultura, mas na verdade querendo fugir das terras tupiniquins), espumam de raiva quando falam dos problemas daqui, e, às vezes, sentenciam: esse país não tem jeito.

A segunda aglomeração, que à primeira vista parece se importar com a nação, é a dos que defendem algum partido político. Com os desdobramentos do episódio do mensalão, pipocam pessoas desse tipo. Pode parecer que elas estão interessadas no bem da população, ao concordar/discordar da condenação e prisão dos réus. Ledo engano.

Com o episódio do mensalão, e o desfecho que está acontecendo, é difícil não sentir-se enojado. Mas o motivo do nojo varia… Alguns, com o bico largo, enojam-se comemorando as prisões, independente da legalidade das mesmas, como se fosse um alívio ver que os presos não tiveram um tratamento muito digno. Outros, vermelhos (não só) de raiva, enojam-se com a falcatrua que supostamente está acontecendo desde o início do escândalo, e mais ainda com a prisão injusta (na visão dos mesmos) dos acusados pela corrupção. Já eu…

Eu me enojo de ver os nojos. É meio contraditório, mas eu me sinto no meio de um lamaçal, com porcos atirando sujeira de todos os lados. Às vezes, confesso, fica difícil distinguir quem é quem. E eu já vi cada tipo de sujeira…

De um lado, os petistas e simpatizantes agem, em sua maioria, como se os presos fossem santos sendo apedrejados em praça pública. Já vi pessoas dizendo que o que o PT fez não foi tão grave, ou que tudo não passa de mentira, ou que o PT apenas usou dinheiro privado em campanha (caixa 2, proibido por lei), e que isso não é muita coisa se comparado com o que o PSDB fez (mesmo sem saber dizer direito o que é que eles fizeram).

De outro lado, os tucanos e simpatizantes também agem, em sua maioria, de maneira completamente irracional. Justificam que o PSDB não tem corruptos, e que se tivesse, eles seriam expulsos. Dizem que o PT é o câncer que precisa ser extinto, e não se interessam em olhar pra coisas boas que eles fizeram, afinal, “se é do PT não pode ser bom”. Usam o mensalão como argumento para qualquer discussão, não importando se estão certos ou não. E ainda têm coragem de dizer que, mesmo que o julgamento tenha sido uma farsa, os condenados ainda mereceriam estar presos. Querem justiça, mas do jeito deles.

Eu, que não sou fã de futebol, e abomino qualquer tipo de torcedor (seja desse esporte ou não), sinto-me dentro de um jogo, e não de um país. As torcidas não querem ver um jogo bonito, elas querem sangue. Todos querem que seu time ganhe, mesmo que pra isso seja necessário uma ajuda do árbitro. E nada mais importa caso meu time perca. Fui roubado, o técnico é uma porcaria, o campo estava ruim, tudo aconteceu pra que meu time fosse prejudicado.

Não se deixe enganar: essas pessoas, esses partidários, eles não estão preocupados com o bem do país. Eles preocupam-se com o bem do partido, e apenas isso. Se o partido faz o bem para o país, melhor. Se ele faz algo errado, bem, paciência, nem tudo é perfeito… Isso me lembra das manifestações que ocorreram em Junho/Julho. Na época, a maioria dos que saíram às ruas não queria bandeiras e nem vínculo com partidos. E, enquanto os petistas começaram a taxar isso de “fascismo”, os tucanos se aproveitaram da situação e, tacitamente, infiltraram pessoas nos conglomerados. Na época, não estava claro pra mim quem estava certo ou errado, mas hoje, ao olhar pra trás, vejo que os dois partidos, mais uma vez, só estavam olhando pro próprio umbigo! Extremamente triste…

E, como se não bastasse, vejo-me cercado por pessoas que não valorizam seu próprio país. Óbvio que, para mim, esse tipo de pessoa tem muito em comum com o tipo que descrevi acima, e que vou chamar de “partidário”. A pessoa que quer sair do país, por fora, pode parecer muito diferente do partidário. Ela, muitas vezes, nem partido político tem. Não acredita em muita coisa no Brasil, então prefere não se misturar. Além disso, em geral (mas nem sempre), ela tende a ficar alheia aos acontecimentos políticos, e só opina quando algo grande acontece, criticando indiscriminadamente qualquer político que esteja envolvido (mesmo sem provas). Uma outra característica é que, como atualmente virou moda ser conservador, essa pessoa tende a posicionar-se sempre contra a esquerda, porque, afinal, “comunismo é ruim e ponto”. Mas não é de se estranhar que ela ache isso, afinal, estudar história não é muito o seu forte…

Essa pessoa não conhece muito a história do Brasil. Não aprecia coisas daqui, não ouve música brasileira, não vê ou sente o jeito que o brasileiro tem de lidar com problemas, e não se preocupa em conhecer detalhes da nossa história e, acima de tudo, compara pejorativamente qualquer coisa brasileira. Essa pessoa quer mudar do Brasil, e não se importa em mudar o Brasil.

]]>